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Seu pensamento pode te paralisar
- 31 de outubro de 2022
- Por: Flávia Lippi
- Categoria: Dicas Relacionamentos Trabalho e carreira Vida pessoal
Segundo os pesquisadores Dittner, Wessely e Brown, do King’s College London e o St. Thomas’ School of Medicine, London, é normal ter dias em que o cansaço tome conta, mas ficar exausto o tempo todo é um sinal de alerta. Quando a tecnologia domina o dia a dia sem pausas, o dia é ocupado para todos menos para si mesmo e há um descompasso entre o que seu corpo pede e a cabeça manda, esses comportamentos demandam um preço alto da saúde física e mental.
É preciso ter cuidado com ciclos de pensamento que são paradoxos sem fim, capturando a atenção e paralisando ações no dia a dia. Quando isso acontece, muitas vezes, não é possível reconhecer por conta própria esse fenômeno, o que torna a situação ainda mais complexa.
Nesse artigo, proponho 5 paradoxos comuns discutidos na literatura acadêmica para que seja possível analisar com calma, ações, objetivos e planos. Se algo não está alinhado entre esses três pilares, existe grandes chances do foco estar em um lugar diferente de onde deveria estar.
Paradoxo da atividade física
Depois de um longo dia de trabalho, muitas vezes com cansaço e estresse, é comum abandonar a rotina de exercícios físicos. Nem precisa ser necessariamente na academia, até mesmo a caminhada ou o alongamento ficam de fora do planejamento.
A verdade é que, por mais que pareça contraintuitivo, queimar energia acorda o corpo, reenergiza e te prepara para outras atividades mais cansativas e exigentes.
Reflita: Corpo e saúde são prioridades?
Paradoxo do autocuidado
O ato de cuidar de si mesmo pode se transformar em pressão constante para atingir o padrão de beleza considerado ideal pela sociedade. Isso particularmente na era da superexposição da mídia.
Se o cuidado deixa de ser rotina de qualidade de vida e bem-estar e se torna obrigação de estar perfeito aos olhos da sociedade, vale uma reflexão.
Você vive para quem?
Paradoxo da aceitação
A busca infinita pelo desenvolvimento pode ser cansativa, o outro lado da moeda também. Pode ser frustrante, não conseguir desenvolver e alcançar metas e objetivos. Existe um melhor caminho a ser seguido?
Um estudo publicado pelas pesquisadoras Breines e Chen, da Universidade da Califórnia, Berkeley, mostra que o paradoxo em si é a resposta para essa pergunta. Segundo o experimento delas, quanto mais autocompaixão e autoaceitação, mais motivadas as pessoas ficam para se desenvolverem cada vez mais.
Portanto, reflita sobre o investimento em si mesmo e o alinhamento com valores pessoais. É um investimento fruto de cobranças excessivas, exigências sociais, ou profundo desejo em se autoconhecer?
Paradoxo da escolha
É comum acreditar que infinitas possibilidades trazem liberdade de escolha.
Mas na verdade, as mil e uma oportunidades podem transformar o sentimento de liberdade em sensação de deriva, agonia e culpa pelo peso da responsabilidade das escolhas. É como ver a foto de alguém próximo na praia e pensar que está desperdiçando seus finais de semana estudando, por exemplo.
Segundo o filósofo Jean-Paul Sartre, até mesmo não escolher é uma escolha em si, com suas próprias consequências inerentes. Ele tem uma citação que resume perfeitamente esse paradoxo: “viver é ficar equilibrando o tempo todo escolhas e consequências”.
Reflita se as escolhas que faz, são fruto de um paradoxo ou do desejo de alcançar algo que sempre sonhou.
Paradoxo da produtividade
Você considera que quanto mais tarefa, mais produtiva é essa pessoa?
O nome disso é produção, e não produtividade. Segundo o autor Steve Uzzell em seu livro The One Thing, “fazer várias tarefas de uma vez só é apenas a oportunidade de estragar várias coisas ao mesmo tempo”, produção não é o mesmo que produtividade.
A verdadeira produtividade diz respeito à qualidade e o valor das tarefas que completa, incluindo aspectos como tomadas de decisão, resolução de problemas, colaboração e criatividade.
Reflita sobre a agenda que lota seu dia. É produção ou produtividade?
Refletir sobre esses paradoxos, é um ponto de partida para observar aspectos da vida e analisar comportamentos alinhados a objetivos. Ao identificar algum conflito, se aprofunde e crie um plano de autorresponsabilidade.