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Como a neuroliderança pode moldar os líderes do futuro
- 12 de novembro de 2024
- Por: Flávia Lippi
- Categoria: Trabalho e carreira
Uma liderança inadequada tem impactos negativos devastadores em todas as áreas da empresa. Um levantamento realizado pela Gallup mostra que lideranças mal treinadas podem custar mais de 600 bilhões de dólares anualmente para as empresas americanas, afetando diretamente a rotatividade dos colaboradores e a retenção de talentos, além de perda de produtividade das equipes, e custos com recrutamento e seleção.
Em outras palavras, ter uma liderança negativa na sua empresa custa caro – e muito.
Além dos impactos para a organização, uma liderança despreparada impacta negativamente a carreira dos seus liderados, e afeta a saúde física e mental dos colaboradores.
Para enfrentar esse cenário, muitos pesquisadores estão unindo conceitos da neurociência e o estudo da liderança. A ideia é aprofundar o entendimento dos mecanismos biológicos envolvidos na tomada de decisões: a neuroliderança.
Nesse artigo, vou te mostrar alguns dos pilares desse conceito e o porquê o entendimento biológico profundo de nós mesmos é a chave para desenvolver os líderes do futuro.
Os impactos de uma liderança despreparada
Em primeiro lugar, precisamos entender que o mundo onde vivemos é um mundo em expansão quantitativa. E os líderes precisam entender isso para exercer uma liderança que faça sentido nesse contexto nesse novo contexto.
A Organização Mundial da Saúde estima que, globalmente, as empresas perdem US$ 1 trilhão de dólares por ano em produtividade perdida por conta da saúde mental dos seus colaboradores.
Segundo dados do Mental Health Trends for Leaders and Executives, que traz dados sobre a saúde mental em organizações de todo o mundo, quase 50% dos colaboradores usaram termos negativos para descrever o seu local de trabalho.
Ou seja, metade do time não está bem.
As palavras mais comuns foram tóxico, tumultuado e bagunçado. E essa percepção afeta desde o bem-estar físico e mental até a produtividade das equipes.
Esse mesmo relatório mostra que mais de 80% dos colaboradores se sentiu nervoso, ansioso ou estressado recentemente. Além disso, 61% se sentiram desmotivados, deprimidos e sem esperança. E 68% tiveram dificuldades de pegar no sono.
Porém, o contrário também é verdadeiro e lideranças humanizadas e transformadoras têm o potencial de mudar vidas e organizações.
Segundo dados do relatório 2024 Voice of the Workplace Report, mais de 60% dos colaboradores afirma que um líder atencioso e compassivo impacta positivamente a saúde mental.
Por isso, para desenvolver líderes capazes de impactar positivamente as organizações e colaboradores, uma tendência na área científica é o estudo da neuroliderança.
Neuroliderança: moldando os líderes do futuro
Um artigo publicado por pesquisadores da Universidad Rey Juan Carlos, na Espanha, na revista científica Humanities and Social Sciences Communications define neuroliderança uma área de ciências aplicadas da neurociência social cognitiva. O objetivo é analisar e entender o comportamento dos líderes.
Em outras palavras, a neuroliderança é o estudo da liderança aliado aos conhecimentos e insighs da neurociência.
Segundo os autores, a conexão entre essas duas áreas do conhecimento fornece um entendimento aprofundado sobre os mecanismos biológicos envolvidos em lideranças positivas. Principalmente aqueles que não podem ser mensurados, como habilidades sociais e relacionais.
Ao investigar a base neurológica do comportamento, nós podemos desenvolver novas teorias que embasam estilos de liderança mais efetivos, positivos e bem fundamentados.
O neurolíder tem como desafio otimizar seu sistema cognitivo e o da sua equipe, com o objetivo de criar equipes mais produtivas e felizes. Justamente por isso, cada vez mais pesquisadores encaram a neuroliderança como um modelo de liderança que pode unir duas grandes necessidades no mundo corporativo atualmente. A gestão das emoções e dos processos cognitivos no ambiente de trabalho.
Os pesquisadores apontam, ainda, um caminho claro para o futuro. A implementação da neuroliderança para a gestão da felicidade com base em abordagens de neurociência e comportamento organizacional.
Aliás, esse tipo de liderança é considerado um ativo que pode promover a felicidade organizacional. Isso acontece por meio de pilares como a inteligência emocional, o empoderamento dos colaboradores, o cultivo e entendimento das emoções positivas e a prática da resiliência.
Portanto, desenvolver autoconhecimento e otimização pessoal por meio de ciência, tecnologia, experimentação e dados com foco em saúde e bem-estar, desempenho humano, longevidade para obter resultados no negócio é conhecer intrinsecamente o funcionamento biológico e socioemocional dos humanos, dos líderes e de seus cérebros.
Espero que essas dicas te ajudem a virar a chave que você precisa para transformar a sua carreira e conquistar produtividade sem perder a saúde.