Se você acompanha meus conteúdos, sabe que eu discuto muito em minhas palestras e mentorias sobre como a empatia tem o poder de mudar a maneira como nos relacionamos com o mundo.
Hoje, quero te provar com números como a falta de empatia na sua vida e na sua empresa te faz perder dinheiro. Além disso, pode aumentar os índices de turnover e diminuir a resiliência nas suas equipes.
Uma pesquisa publicada na Harvard Business Review mostrou que o burnout e o cansaço continuam sendo preocupações significativas para a liderança, tanto em equipes remotas (43%) como presenciais (43%).
Além disso, mais da metade dos colaboradores e líderes afirmaram que sua organização implementou medidas de proteção contra burnout.
Mas agora vem a pergunta: as ações corporativas para redução de burnout e aumento de bem-estar entre os colaboradores estão atingindo algum resultado mensurável na prática?
Mas infelizmente, a grande maioria delas não.
Aliás, um levantamento 2024 Global Talent Trends realizado pela Mercer e divulgado na Fortune mostra que 8 a cada 10 colaboradores está correndo risco de burnout esse ano. Porém, só metade desses profissionais planeja a sua rotina de trabalho priorizando seu bem-estar e produtividade sem perder a saúde.
Considerando este cenário, 29% dos colaboradores deseja que as organizações e lideranças tenham mais empatia no dia a dia do trabalho.
A importância da liderança empática
Quando ouvimos a palavra empatia, normalmente vem aquela máxima “trate os outros como gostaria de ser tratado”.
Porém, na prática, isso acaba nivelando todos os profissionais, sem que suas necessidades, dificuldades e potências individuais sejam respeitadas e valorizadas.
Por isso, a liderança empática vai muito além de simplesmente se colocar no lugar do outro.
Um artigo publicado por pesquisadores da Universitas Gadjah Mada, na Indonésia, na revista científica Journal of Leadership & Organizational Studies, define a liderança empática como a prática de liderar pautada na autoconsciência, foco no momento atual e apoio genuíno às necessidades das outras pessoas.
Portanto, esse tipo de liderança também é a mais indicada para empresas que estão enfrentando momentos de incerteza com relação ao futuro, justamente por permitirem aos líderes oferecer suporte genuíno durante mudanças e tempos de crise.
Outro ponto essencial da liderança empática é a preocupação genuína com as pessoas da equipe, independentemente do desempenho dos colaboradores.
Da mesma maneira que pivotamos projetos dentro de uma organização, os líderes precisam ter as habilidades necessárias para pivotar abordagens artificiais com as pessoas.
Os resultados da pesquisa citada mostram que a liderança empática aumenta a resiliência dos colaboradores em organizações inseridas em contextos voláteis, incertos, complexos e ambíguos.
Além disso, outros benefícios incluem:
- Melhora na percepção de saúde mental dos times;
- Relacionamentos pessoas e profissionais mais satisfatórios;
- Maiores índices de colaboração;
- Maior satisfação dos clientes da empresa;
- Aumento dos índices de retenção, engajamento e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Inteligência emocional e liderança empática
Agora que você conhece alguns dos benefícios comprovados da liderança empática, aposto que já está procurando um curso para colocar no currículo essa habilidade, não é mesmo?
Pois sinto te dizer, mas a liderança empática está pautada muito mais no desenvolvimento do autoconhecimento do que em habilidades externas.
Essa mesma pesquisa que citei anteriormente mostra que as emoções são uma parte intrínseca e indissociável da liderança.
Isso porque bons líderes conseguem identificar, demonstrar e até mesmo usar suas emoções para formar conexões genuínas com seus times, e isso tem a ver com uma habilidade chamada de autorregulação emocional.
Ou seja, conhecimento da sua própria biologia e de como as suas emoções acontecem dentro de você.
Do ponto de vista da neurobiologia, as emoções são respostas neurofisiológicas a determinadas situações, e dependem da interpretação que o nosso cérebro faz dos sinais do ambiente ou da outra pessoa. Por isso, são respostas inatas da nossa fisiologia e do nosso organismo.
Porém, é importante saber que essas respostas dependem da interpretação que nós fazemos de uma determinada situação – e nós podemos aprender a reconhecer e alterar essa resposta com treinos.
Isso não quer dizer que você vai se tornar um monge zen rsrs, mas sim que vai ter mais clareza e percepção das próprias emoções, passando a utilizá-las com muito mais efetividade no dia a dia.