Fui tomando consciência, ao longo da vida, que não há conceitos que substituam sensações, nem sentimentos que possam submeter-se a palavras retiradas do filtro frio e seco da capacidade aglutinadora do pensar. O homem continua a ser racional e é isso que lhe permite progredir, construir uma linguagem, comunicar. Tem sido essa exclusiva capacidade que o tem empurrado para o progresso científico e tecnológico e, para o mais profundo dos erros cometidos no que diz respeito às relações humanas. Se pararmos para sentir o que somos, teremos, com certeza, sensações mais nítidas do que os conceitos que as segregam. SER não se resume a um aglomerado de especulações filosóficas. SER é sinônimo de sentir, se assim não fosse estaríamos a manipular, por via da razão, aquilo que alimenta toda a alma.