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Nosso comportamento
- 14 de outubro de 2017
- Por: Flávia Lippi
- Categoria: Trecho de Livros
A maioria das pessoas faz tudo igual, dia após dia, tanto no nosso trabalho, como fora dele. Talvez você goste do ovo preparado em três minutos toda manhã — não em dois ou em quatro minutos. Ou talvez você opte, dia após dia, ano após ano, por não tomar o café-da-manhã.
Alguns de nossos padrões repetitivos são claramente irracionais. Tive um paciente que sempre calçava o pé esquerdo primeiro — tão compulsivamente que se, por engano, calçasse antes o pé direito, ele parava, tirava o sapato e começava tudo de novo com o pé esquerdo. Conheço uma mulher que sai tropeçando pelo quarto escuro para acender a luz — porque ela não quer, não consegue,
acender a lâmpada acima da cabeceira. E daí? O homem do sapato pode chegar um pouco atrasado ao trabalho. A mulher pode dar uma topada com o dedão do pé. Qual a importância disso?
Nenhuma, a não ser que esses comportamentos sejam sintomas de algo mais sério. Não, essas repetições, e até essas compulsões, não chamam a minha atenção para a questão da repetição. O que me seduz é detectar a extensão de certos tipos de comportamentos repetitivos que destroem vidas, repetições que levam indivíduos à beira da loucura, repetições que podem terminar até em suicídio. Muitos, ou a maior parte, desses frustrantes e destrutivos comportamentos estão quase que totalmente fora do domínio da consciência. Isto é o que mais me atrai.
Trecho do Livro O ciclo da auto sabotagem de Stanley Rosner e Patricia Hermes
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