Blog
Ainda há esperança para ética
- 18 de março de 2018
- Por: Flávia Lippi
- Categoria: Vida pessoal
O século 21 mostra mais o renascimento de antigas teorias, com o resgate dos valores
Humanos, sem o estabelecimento de uma nova ordem mundial legítima. Há euforia exagerada no misto de complexo de Poliana e radicalismo de fachada. Corruptos sob a mais envernizada face sem rubor reassumem seus cargos legitimados nas urnas, apesar das severas críticas do povo, que é sempre manipulado como arquétipos do idealismo político.
O grande problema continua sendo o que os filósofos da história antiga, como Aristóteles e seus discípulos já conheciam: perceber, entender e domar o próprio ego.
A questão não é de ordem técnica (conhecimento, capacitação) e sim, de intenções e interesses. Basta lembrar que crimes cujos autores demonstram intenção recebem sentenças com penas mais pesadas.
Pode ser um bom parâmetro para medir o poder (negativo) do ego. Líderes carismáticos sucumbem à tirania e resumem seus objetivos à felicidade utilitária, em que tudo e todos são usados para garantir a realização de seus anseios. Aristóteles considerava a forma mais simplória e limitada de felicidade, incompatível com quem assumia responsabilidades.
No entanto, é a prática mais comum. O carisma promove resultados eleitorais, conforme verificado por Carl Jung, que criou a teoria sobre inconsciente coletivo, aplicada e comprovada na prática pelo responsável pela propaganda nazista, Joseph Goebbels, que o aproveitou para promover sua versão dos fatos alicerçada e apoiada pela convicção popular.
Os movimentos de conscientização política em redes sociais são muito válidos, mas não é suficiente curtir e compartilhar postagens. As leis são legítimas, porém, manipuláveis com várias emendas e artifícios que protegem a corrupção em diversas formas, portanto, qualquer mudança requer muito mais engajamento nas ruas e espaços reais, além das adesões virtuais.
São passos fundamentais, mostrando que ainda há esperança e assim, talvez o futuro seja muito diferente do que os grandes filósofos imaginaram, mas pode ser bem próximo ao ideal de humanidade almejado por eles.
*Texto postado no meu antigo blog em: 01/04/2013.