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O ser humano é criativo até no cotidiano
- 28 de outubro de 2017
- Por: Flávia Lippi
- Categoria: Vida pessoal
“Atuar é a habilidade de viver de verdade sob circunstâncias imaginárias” Sandy Meisner (ator Americano e prof. de arte dramática)
Desde os tempos imemoriais a humanidade vem participando do jogo da vida e criando inúmeras regras e métodos para esse jogo, cujo objetivo é viver com inspiração, criatividade e ser capaz de suprimir voluntariamente as distrações.
No mundo de hoje, esse objetivo tornou-se mais difícil do que nunca, porque nossa mente se transformou numa mosca que vai zumbindo cegamente e pousando em tudo, seja ou não necessário.
Na vida cotidiana, a mente encontra um excesso de sinais, um excesso de sensações. A sociedade em desequilíbrio tornou-se um veículo de lavagem cerebral. Parece que todos são iguais, fazem as coisas da mesma maneira e vão ao mesmo lugar.
Vale lembrar, que em cada esforço humano existem dois campos de compromisso: o exterior e o interior. O jogo externo ocorre em um campo exterior, para superar obstáculos externos visando alcançar uma meta que está fora da gente.
O jogo interno acontece na mente do jogador, e é contra obstáculos como o medo, a falta de confiança em si mesmo, falta de concentração, de criatividade, conceitos que nos limitam. O jogo interno se joga para superar obstáculos impostos por nós mesmos, não nos permitindo chegar ao nosso potencial máximo.
Provavelmente você na correria do dia, acorda atrasado porque dormiu atrasado. Bate a mão no despertador e no piloto automático pula da cama e sai pela porta cotidiana em direção aos hábitos matinais. Escova o dente como todo dia, penteia o cabelo para não ser displicente, e se arruma como manda o figurino. Se der, um café preto para acordar.
Vislumbrar o futuro é uma forma de criatividade. Para que um processo criativo faça parte do cotidiano, é preciso aplicar três fases – imaginar, nutrir e transformar – como uma totalidade holística e integrada.
Nesse momento, você percebe que com a criatividade que já existe em você e que por algum motivo deixou de usar ou foi sendo alimentada a acreditar que não é capaz de criar, você inicia um grande processo de criação.
A recriação, por exemplo, de seu cotidiano.
“Eu já vi de tudo nesta vida”, se essa frase se encaixa a você, você parou de aprender, parou de criar, cansou de trocar com o universo. Está cego para o novo, surdo para a música da criação. Em vez de saborear as experiências, engole cada momento sempre a partir do passado, de seus hábitos e convicções rígidas, de sua perspectiva inflexível.
Perdeu a sensualidade, embruteceu os sentidos. Envelheceu.
Reconheço que não é fácil ignorar os padrões culturais. A tábua das leis da modernidade está em todo lugar decretando alguma coisa que nem sabemos se nos pertence.
Como desenvolver sua criatividade?
O livro Coaching para Criatividade, não tem a inocência de se achar um manual da criatividade diária. E nem muito menos de ditar ainda mais leis que possam ser seguidas para o alcance da genialidade criativa.
Entretanto, algumas perguntas podem ser gatilhos positivos para que você reencontre a criatividade adormecida em você e recrie seu cotidiano. Algumas reflexões propostas no livro:
- A criatividade de outras pessoas é motivo para você se sentir imobilizado?
- Você acredita que o contrário de ser criativo é ser normal?
- Quantas iniciativas inovadoras você tomou hoje?
- Você tem uma lista de coisas que gostaria de criar?
- O que está te causando afastamento da criatividade agora?
- Sem falsa modéstia: quais são suas habilidades e competências?
- Você fala com sua voz interior?
- O que é rotina criativa para você?
- Você tem capacidade de sonhar?
- Você se preocupa em solucionar problemas ou se ocupa em buscar boas soluções?
O exercício de perguntar transforma o processo criativo em um grande aprendizado e transformação. A partir de perguntas bem elaboradas é que o processo de chegar ao “estado desejado” se torna fortalecido. Isso porque a pergunta gera um processo também contínuo de aprendizado, descoberta pessoal e autoconhecimento. Através do exercício de perguntar é que são geradas as oportunidades de expressar suas dúvidas, sentimentos, valores, dificuldades e fortalezas. Quem pergunta descobre as implicações das opiniões ou comportamentos propostos para outros e para você mesmo.
Perguntar é também gerar a oportunidade e clareza necessárias para que possamos identificar soluções para sua realidade e encontrar alternativas no mundo, na vida pessoal, no trabalho, na prática social e interpessoal e também em si mesmo. À medida que criamos perguntas para nossa criação, estamos permitindo a possibilidade de conhecer a liberdade de experimentar novas coisas e novas concepções a respeito do nosso mundo. Oferecemos a capacidade de ser honesto conosco e de viver livremente e desbloqueado de visões e opiniões restritas.
É no processo de questionamento que encontramos as três fases – imaginar, nutrir e transformar para nos levar à descoberta de recursos e capacidade criativa, construtiva e responsável. Imagine, nutra, transforme, recrie e crie todos os minutos de seu cotidiano. E ao final do dia, certamente terá descoberto grandes criações para problemas sem solução.