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Nada mudou, somente eu mudei, por tanto, tudo mudou.
Os resultados que alcançamos na vida derivam de ações que tomamos, por isso entendemos que modificando nossas ações mudamos ao mesmo tempo os resultados. Então para aprender novas maneiras de fazer as coisas necessitamos realizar atividades que incidam diretamente nos resultados: praticar atividades específicas, buscar alternativas de ação, incrementar nossa cultura, ter uma planificação rigorosa, etc.
No entanto, a aprendizagem sozinha e o nosso desejo de mudar não são suficientes. Em certas ocasiões surgem fatos que tentamos mudar para solucionar um acontecimento que consideramos problemático e mesmo tentando diversas ações, no final não há mudança alguma.
Já que a matriz desde a qual nascem nossas interpretações determina nossas ações, fazer mudanças profundas requer que se transforme primeiro a matriz. Para isso, temos que questionar os pressupostos que nos regem, nossos juízos, a afetividade evidente e até nossa corporalidade. Transformando essa plataforma, ações que antes não éramos conscientes, se tornam conhecidas e com isso vários obstáculos ficam resolvidos.
Nietzsche propõe que nós e os deuses colaboremos em nossa própria criação. Convertendo-me em um observador do observador, posso esculpir a pessoa que posso chegar a ser tendo que começar com a consciência plena de quem sou eu.
Nós, seres humanos, temos uma plasticidade contrária aos sistemas flexíveis na que a estrutura se modifica por um período de tempo e volta a seu estado original, nós podemos realizar mudanças e nossa estrutura aprende e é capaz de conservá-la.
Para aprender é necessário por em juízo nossas certezas. Para fomentar o desenvolvimento devemos fazer perguntas diante do que admitimos como óbvio.
Muita gente pensa que, se tenta conseguir informação, a opinião que as pessoas têm sobre elas ficará negativamente afetada por evidenciar sua ignorância sobre o tema. No entanto, como vimos, é exatamente o contrário, quem não pergunta fica incapacitado de aprender. Obter novos conhecimentos nos transforma como pessoas, muda o observador que fomos ate agora.
Quem vive a partir das perguntas, concebe sua vida como um caminho de busca, e normalmente está consciente do caráter conjectural e provisório de suas conclusões.
*Texto postado no meu antigo blog em 17/11/2014.