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O conhecimento é poder?
- 23 de julho de 2018
- Por: Flávia Lippi
- Categoria: Vida pessoal
Na era do conhecimento, muitos ainda sofrem com sua escassez, não pela falta de fontes confiáveis, mas pela falta de hábito da pesquisa e interesse em saber como as coisas realmente são. Ou pelo menos, ultrapassar aquela linha tênue do consenso pela quantidade de curtir e compartilhar sem critério. O poder que era atribuído quase individualmente no início da era digital, como diferencial e vantagem competitiva, transformou-se na cultura dos movimentos de massa, em que o número de participantes influi diretamente na percepção dos usuários das redes. Não há categorias específicas para classificar a população com vida digital, pois além de humanos, há zumbis robóticos e algoritmos que enganam até sistemas sofisticados, que convivem com os tipos tradicionais que habitam as redes.
Os desenvolvedores, programadores e empresas, cujo papel é de oferecer a infraestrutura necessária para a integração social nas redes parece ter sido relegado a segundo plano, ainda que eles sejam os únicos que lucram diretamente com a popularização das mídias digitais. Muitos podem duvidar disso, perguntando se o Marketing Online e todo e-commerce não está movimentando tudo isso também. Claro que sim, mas não há lucro direto com a rede. A rede é o Shopping Center onde contratantes e subcontratados tentam promover seus negócios, enquanto as empresas de software ganham com o produto em si, a rede e seus recursos, jogos, aplicativos e programas incorporados em sites. Os usuários navegam e apresentam ideias, a maioria só repassa informações mesmo sem tentar compreender ou ao menos ler, pois uma pequena parcela gera conteúdo e desses, poucos compõem a massa crítica que avalia, de verdade, o que circula e movimenta a rotina mostrada nas telinhas digitais.
Se o futuro nunca mais será o mesmo, há sempre aquela demanda latente por novidades, fofocas, mensagens alarmistas e notícias que fortalecem crenças que ninguém sabe de onde surgiram. E assim, o poder das redes ilude, seduz e vicia a cada dia, mais gente como a gente, que descobre o poder da informação, até de forma infeliz, pois acabam percebendo que o poder de comoção e persuasão de uma lenda urbana ou vendas piramidais trazem mais seguidores que disseminar conhecimento útil. Nesse contexto, cada formador de opinião cumpre seu papel conforme sua convicção. Informações sólidas sempre encontrarão interessados e vice-versa, mesmo sendo raros e tornam-se referência. Boatos e lendas atraem público imediato e nem sempre se sustentam. Para cada público, um artista. E a vida continua, em rede ou na rua.